Alvo de 214 reclamações feitas por passageiros em 2015, a linha 574J/10 (Metrô Conceição/Terminal Vila Carrão) foi a líder de queixas entre os usuários de ônibus municipais na cidade de São Paulo no ano passado.
A segunda colocada no ranking de linhas com mais queixas de passageiros é a 917H/10 (Terminal Pirituba/Metrô Vila Mariana), com 196 reclamações.
Logo abaixo, no terceiro lugar, aparece a linha 2290/10 (Terminal São Mateus/Parque Dom Pedro 2º), com 178 qeixas.
É o que aponta levantamento feito pelo Fiquem Sabendo com base em dados da SPTrans (empresa municipal de transporte) obtidos por meio da Lei Federal nº 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação). A reportagem elaborou o ranking das dez linhas municipais mais reclamadas pelos passageiros em 2015. (Veja o detalhamento dessas informações no infográfico abaixo.)
Sete das piores linhas circulam na zona sul da cidade
Sete das dez linhas com mais reclamações em 2015 passam por bairros da zona leste da capital paulista, segundo a SPTrans.
Entre elas, estão as duas primeiras da lista, que passam por bairros como Conceição (574J/10) e Vila Mariana (917H/10).
Quarta linha com maior quantidade de queixas registradas pela SPTrans em 2015, a 477P/10 (Ipiranga/Rio Pequeno) é outra que circula pela zona sul.
Por que isso é importante?
A Lei Federal nº 12.587/2012, que instituiu as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana, define, no seu art. 5º, inciso IV, como um dos princípios do transporte público “a eficiência, a eficácia e a efetividade” de quem presta esse serviço.
Essa mesma lei prevê, no seu art. 14, inciso I, que é direito do usuário do Sistema Nacional de Mobilidade Urbana “receber o serviço adequado”.
De acordo com essa lei, o Sistema Nacional de Mobilidade Urbana “é o conjunto organizado e coordenado dos modos de transporte, de serviços e de infraestruturas que garante os deslocamentos de pessoas e cargas no território do Município”. Isso inclui, por exemplo, os ônibus que circulam na capital paulista.
Número de reclamações caiu 28% entre 2014 e 2015, afirma SPTrans
A SPTrans disse por meio de nota enviada por sua assessoria de imprensa que a quantidade de queixas registradas contra todas as linhas da cidade caiu 28,29% entre 2014 e 2015. De acordo com a empresa, a linha 574J/10 foi cobrada, em 12 reuniões durante o ano passado, para melhorar o seu serviço. No primeiro trimestre deste ano, ela não aparece entre as dez mais citadas pelos usuários, segundo a SPTrans.
Leia, abaixo, a íntegra da nota que a empresa enviou à reportagem:
“A SPTrans informa que a atual gestão tem implantado uma série de medidas com o objetivo de melhorar o serviço de transporte público na cidade e, como efeito dessas ações, o número de reclamações recebidas em 2015 foi 28,29% menor do que em 2014.
Especificamente sobre a linha 574J/10, a SPTrans realizou 12 reuniões com a empresa responsável por sua operação para cobrar a melhoria da operação, além de intensificar a fiscalização neste trajeto. Como resultado, é possível notar queda nas reclamações desta linha já no início de 2016, tendo saído do ranking das 10 linhas mais citadas no primeiro trimestre após receber 33 mensagens.
Em toda a cidade, desde 2013, foram criados 391 km de faixas exclusivas, além da ampliação do corredor da Av. Nove de Julho e da Av. Cidade Jardim e, em dezembro, foi inaugurado o Corredor Berrini.
Também foram incluídos no sistema 3.874 novos coletivos, aumentando o conforto dos usuários. Dentre eles, estão os veículos superarticulados, novidade na cidade, que transportam 171 passageiros cada um e, consequentemente, aumentam a oferta de lugares.
O passageiro que antes precisava ficar esperando o transporte público começar a funcionar, durante a manhã, pode agora utilizar a rede Noturno, que começou a funcionar em 2015 com 151 linhas ligando todas as regiões da cidade.
Foram instituídas alternativas de benefícios financeiros aos passageiros, com os Bilhetes Únicos Mensal, Semanal e Diário, além da expansão da gratuidade a estudantes da rede pública e beneficiários de programas sociais e, também, para homens a partir de 60 anos.
Além disso, todo o sistema agora é discutido no Conselho Municipal de Transporte e Trânsito, criado pelo prefeito Fernando Haddad e sob comando do secretário de Transportes, Jilmar Tatto, com participação de representantes da sociedade civil organizada.
Do mesmo modo, como medidas complementares para melhorar a velocidade dos ônibus, foram criados fóruns de diálogo e negociação permanentes com os concessionários do setor no sentido de qualificar os trabalhadores, reduzir acidentes, diminuir número de reclamações e incidência de descumprimento de partidas.
A fiscalização, portanto, foi intensificada com o objetivo de aumentar a qualidade e eficiência do sistema, incluindo ações preventivas nas garagens, além do trabalho rotineiro realizado em campo 24 horas por dia.
A atual administração continua trabalhando por meio dessas ações para reduzir ainda mais os índices de queixa no sistema e para oferecer um serviço com qualidade cada vez maior.”
Fonte: Fiquem Sabendo